segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Alcoolismo

O alcoolismo resulta do abuso de bebidas alcoólicas, que podem ser bebidas fermentadas, como o vinho, a cerveja, a cidra, etc., ou bebidas destiladas, como a aguardente, os licores, os aperitivos, etc.

No decorrer da digestão, o álcool não experimenta nenhuma transformação. Atravessa a mucosa intestinal e passa, tal e qual, para o sangue da veia porta hepática. O excesso de álcool no sangue provoca o alcoolismo que pode ser ocasional ou crónico.

A seguir à ingestão de uma bebida alcoólica, o sangue e, por conseguinte, quase todos os órgãos são mais ou menos impregnados de álcool. Esta impregnação pode ser medida pela alcoolemia, isto é, o número de gramas de álcool por litro de sangue.

Em jejum, a absorção do álcool é rápida e a alcoolemia atinge rapidamente um valor elevado. Bebido com a refeição, o álcool mistura-se com os alimentos, sendo absorvido mais lentamente, e a alcoolemia é mais baixa. Bebido em jejum (por exemplo, um aperitivo), o álcool é mais nocivo do que quando acompanha uma refeição.

Podemos distinguir duas formas de alcoolismo: o alcoolismo agudo ou embriaguez e o alcoolismo crónico ou etilismo. Esta última forma é mais discreta, mas também mais vulgar. É a forma mais perigosa de intoxicação alcoólica e uma das maiores causas de decadência física e psíquica.

O alcoolismo agudo ou embriaguez é consequência do consumo ocasional de grande quantidade de bebidas alcoólicas. A elevação rápida da taxa de álcool no sangue desencadeia alterações no comportamento cuja importância varia conforme os indivíduos (uns têm um "vinho alegre", outros um "vinho triste") e a taxa de alcoolemia atingida. As alterações observadas são sempre devidas à acção directa do álcool nos diferentes centros do encéfalo. Quando a alcoolemia ultrapassa os 3,4 g/l, ocorre o coma alcoólico, que pode terminar na morte.

O alcoolismo crónico, embora resulte de uma repetição muito frequente da embriaguez, está presente na generalidade dos consumidores que bebem diariamente uma quantidade de álcool superior àquela que o organismo pode tolerar. A natureza da bebida tem pouco significado, o que conta é a quantidade de álcool ingerido e a duração da intoxicação.

Numerosos órgãos são atingidos pela acção do álcool: coração, vasos sanguíneos, pulmões, tubo digestivo, glândulas endócrinas, sistema nervoso, etc. O fígado e o cérebro são os órgãos mais sensíveis à intoxicação alcoólica e a sua alteração é causa de numerosas mortes, cujo número permite avaliar o grau de alcoolismo de uma população.

O alcoolismo é uma verdadeira doença, caracterizada pela dependência do indivíduo relativamente ao álcool. Começa por um consumo "normal" de álcool mas, pouco a pouco, por razões psicológicas ou sociais (condições de trabalho, "código de boas maneiras" a respeitar, falta de vontade, facilidade em adquirir bebidas alcoólicas, etc.), o álcool torna-se uma verdadeira droga. O bebedor torna-se "escravo" da bebida. Para manter um comportamento normal tem necessidade de uma certa quantidade de álcool no sangue. A tolerância do seu organismo aumenta, a sua necessidade cresce progressivamente e aparecem perturbações graves no caso de uma paragem abrupta da bebida.

O álcool é o instrumento do alcoolismo mas não a causa da doença. Isto porque o tratamento do doente não consiste unicamente em deixar de beber e fazê-lo perder o gosto pelo álcool, mas também em procurar as motivações profundas que estão na origem desse abuso de bebidas alcoólicas. É impossível curar um alcoólico se ele não quiser.

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